Painéis em Campinas e Belo Horizonte reúnem poder público e população para discutir impactos do calor extremo na saúde
Com as mudanças climáticas, as ondas de calor se tornam mais intensas e frequentes nos centros urbanos. Aumentam, também, os impactos na saúde pública, sejam causados pela exposição do corpo ao calor e à luz solar, sejam causados por patógenos que prosperam em ambientes mais quentes ou úmidos.
O calor extremo é uma das principais ameaças nos centros urbanos, realidade que só tende a se agravar em um mundo cada vez mais quente. É preciso aprofundar o conhecimento sobre os impactos na saúde do aumento do calor nas cidades para, assim, empoderar cidades e comunidades para construir soluções de adaptação eficazes e efetivas.
Na Semana do Meio Ambiente, anualmente celebrada na primeira semana de junho, o WRI Brasil apoiou Belo Horizonte e Campinas em atividades de sensibilização da população e das equipes municipais sobre a ameaça do calor extremo. Painéis abertos reuniram lideranças municipais, servidores públicos, pesquisadores e especialistas no tema para discutir os efeitos do calor na saúde e soluções para enfrentar esse problema em um contexto de crise climática.
As atividades foram realizadas no âmbito do projeto Calor e Saúde em Cidades Brasileiras, por meio do qual o WRI e o projeto de Mudanças Climáticas e Saúde Urbana na América Latina (Salurbal) da Drexel University buscam entender, por meio de pesquisas e engajamento comunitário, as conexões entre calor extremo, saúde e características sociais e do ambiente construído, para abordar os impactos do calor na saúde em diferentes bairros de Belo Horizonte e Campinas.
Palestras, debates e informação
O engajamento das equipes municipais e da população orienta os esforços de pesquisa e apoia o desenho e a implementação de respostas de adaptação que protejam a saúde e promovam a equidade. As atividades consistiram em painéis informativos e momentos de debate. Banners informativos sobre os impactos das mudanças climáticas e do calor extremo, além de orientações e recomendações para a população, foram expostos no evento.
Em Campinas, o evento no Salão Vermelho do Paço Municipal contou com uma palestra magna conduzida por Nelson Gouveia, professor titular do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, que foi seguida por um de discussão composto por Wagner Ramalho, Fundador e CEO do Prato Verde Sustentável; representando o CEPAGRI/UNICAMP, o professor David Lapola e o doutorando João Victor Martinelli; por fim, Christiane Sartori, da SMS/PMC, apresentou as ações e programas em andamento conduzidas pela Coordenadoria de Saúde do Trabalho e Determinantes de Campinas. A atividade contou com a participação do prefeito Dario Saadi e do vereador Doutor Yanko, além dos secretários municipais do Clima, Saúde e Assistência Social no cerimonial de abertura.
Em Belo Horizonte, o Calor e Saúde foi realizado no Parque Municipal Américo Renné Giannetti e contou com a palestra magna de Waleska Caiaffa, professora titular de Epidemiologia e Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A palestra contou com a aplicação de perguntas desenvolvidas pela Coordenadoria Especial de Mudanças Climáticas de Belo Horizonte (COEMC) em parceria com o Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (OSUBH), que foram respondidas em interação com o público presente.

O WRI Brasil está conduzindo grupos de trabalho com representantes de diferentes departamentos das prefeituras de Belo Horizonte e Campinas para debater soluções e identificar territórios e grupos sociais vulneráveis. Estão previstas ainda, a realização de duas oficinas técnicas nas cidades buscando envolver membros de diferentes bairros e comunidades, lideranças sociais e gestores públicos em ambas as cidades.